A beleza e o empoderamento do cabelo afro ganham protagonismo na 31ª Feira Regional da Beleza
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Evento nacional movimentará Fortaleza e contará com a participação de empresas e profissionais especializados em tipos capilares crespos e cacheados
A busca pela reafirmação da beleza natural está cada vez mais presente no mercado estético mundial. No Ceará e no Brasil não poderia ser diferente, tendo como exemplo uma demanda maior por salões e produtos cosméticos especializados em cabelos crespos e cacheados. De olho nessa tendência, a “31ª Feira Regional da Beleza”, que movimentará o Centro de Eventos do Ceará, entre os dias 15 e 17 de outubro, com a participação de profissionais e marcas dedicadas ao empoderamento capilar de pessoas negras.
Ao abrir espaço para um público cada vez mais crescente e ávido por novidades, a Associação dos Cabeleireiros do Estado do Ceará (ACEC), por meio da Feira Regional da Beleza, contribui com a consolidação de um mercado que, mesmo com aparente ascensão, ainda apresenta números tímidos. Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, os produtos especializados para o público negro representam apenas 6,5% do mercado total de higiene e beleza. Vale lembrar que 54% da população brasileira é composta por negros e pardos, conforme o IBGE.
Na visão de Gurgel do Amaral, presidente da ACEC e organizador da Feira Regional da Beleza, a procura por profissionais especializados em cabelo afro tem crescido nos últimos anos. Em especial, destinada às mulheres. “Nesses últimos cinco anos, as empresas de cosméticos começaram a empoderar a mulher negra. E surgiram produtos especificamente para esse público, que até então não tinha”, analisa o presidente.
Cabeleireiro com 60 anos de história no mercado da beleza cearense, Gurgel avalia que homens e mulheres com cabelos crespos e cacheados têm se beneficiado pela inovação trazida pelas marcas especializadas. “São produtos com muita qualidade. Até porque antigamente você continuava com seus cachos embaraçados”, relembra.
Com a participação ativa de pessoas negras no mercado da beleza, o público está mais exigente e cuidadoso na hora de adquirir produtos para cabelo, maquiagem, acessórios e cosméticos. Só na área capilar, itens como shampoos, condicionadores, cremes para pentear, óleos e máscaras possuem produtos exclusivos para cabelos afro, que precisam de cuidados específicos na hora da lavagem e hidratação.
Para a 31ª edição da Feira Regional da Beleza, 550 marcas nacionais (de todas as regiões do país) e internacionais estarão presentes nos três dias de evento. Entre as empresas que montarão seus estandes no Centro de Eventos do Ceará, a Cacheadu’s Cosméticos é uma das que são referência no tratamento de cabelos afro no Brasil.
Ter mais itens como esse à disposição no mercado não afeta positivamente apenas a economia, mas também o bem-estar da maioria dos brasileiros. Desde o começo dos movimentos por direitos civis nos Estados Unidos durante as décadas de 1950 e 1960, indo até hoje com as passeatas em defesa da integridade da população negra, a valorização da beleza afro mostra-se como uma afirmação pela igualdade, representatividade, a autoestima e a busca pelo fim da discriminação racial.
Lista de penteados afro que são tendência
Cacheados: tipo mais comum e cada vez mais buscado entre mulheres que fazem transição capilar, procedimento de retorno ao formato original do cabelo. Dentro dessa modalidade há modelos de todos os tipos e tamanhos, como cacheado médio, grande, curto, volumoso, repicado ou com franja.
Black Power: modelo que nunca saiu de moda desde os anos 1960. Surgiu como uma afirmação de empoderamento da população negra dos Estados Unidos. Possui diversos tipos de corte, desde os modelos mais curtos até os maiores e arredondados. Ideal para quem tem o cabelo crespo.
Tranças: outro tipo de penteado com muitas variações para experimentar. É um modelo cheio de personalidade e versatilidade, onde homens e mulheres podem também testar texturas para tingir os cabelos e potencializar o resultado. Entre os tipos de tranças, destacam-se a nagô, embutida, fulani e a já conhecida rastafári, oriunda da Jamaica.