A saga da neuropsicóloga que buscou a graduação para ajudar o filho
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Rosângela Batista confirma que a maternidade foi justamente o primeiro passo para o início da sua trajetória na Psicologia
Rosângela Batista é neuropsicóloga pela Universidade de São Paulo (USP), especialista em terapia cognitivo-comportamental, transtorno do espectro autista (TEA) e TDAH pelo CBI of Miami, em neurociência pela PUC e membro do grupo de pesquisa “Transtorno do Espectro Autista (TEA): da infância à fase adulta” pelo Instituto de Psicologia da USP. Mas antes de tudo isso, é mãe do Vinícius e do João Victor.
A maternidade foi justamente o primeiro passo para o início da sua trajetória na Psicologia. “Meu filho Vinícius, aos dois anos de idade, começou a demonstrar que tinha alguma coisa fora do padrão de normalidade, nesse momento começaram minhas buscas por ajuda médica e psicológica. Na escola onde eu não encontrava nenhum direcionamento, diziam que o problema era psicológico. Os médicos não detectaram nada em exames de imagem e eu não encontrei nenhum profissional que me direcionasse e me ajudasse a entender o que acontecia com ele”, comenta.
Para as mães que passam pelo mesmo, pontua os seguintes conselhos: Atentar-se ao desenvolvimento do filho na escola e o feedback dos educadores, buscar por informação sobre os transtornos pressupostos, procurar profissionais e clínicas especializadas capazes de identificar e efetuar os procedimentos adequados.
Durante os longos sete anos que passou em busca de respostas, o interesse e a paixão pelo universo da Psicologia cresceu dentro de Rosângela e a motivou a estudar o curso. A psicologia foi a peça-chave para o entendimento do diagnóstico de TDAH e o direcionamento do tratamento que Vinicius deveria fazer. Nesse período, a pesquisa
também contribuiu para que descobrisse que também possui o transtorno do tipo combinado.
A neuropsicóloga também é mãe de João Victor, diagnosticado com epilepsia rolândica identificada através de seus estudos em neuropsicologia. Com o diagnóstico precoce e o tratamento devido, João não tem mais crises epilépticas e vive sem a necessidade de tomar remédios. Hoje, a pesquisadora vive o momento que sempre sonhou: assiste seus filhos crescerem, trabalharem, estudarem e conviverem em harmonia com o diagnóstico sem maiores complicações.
Ainda durante a faculdade de psicologia, conheceu Patrícia Gonçalves, que por sua vez, buscava compreender e ajudar sua filha autista. Sete anos depois, Rosângela precisava de uma parceira para montar um projeto para crianças com transtornos do neurodesenvolvimento e se lembrou da colega. No mesmo ano, em novembro de 2021, fundaram em São Paulo a clínica Mundo NeuroPsi, dispostas a expandir o conhecimento e ajudar outras pessoas que vivem a mesma situação para que possam dar as respostas que um dia procuraram.