Tabagismo gera drásticas consequências ao aparelho digestivo
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Dia Nacional de Combate ao Fumo, 29 de agosto, alerta população aos danos causados pelo uso do cigarro
A Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca a dependência do cigarro entre os transtornos mentais e de comportamento em consequência ao uso de substâncias psicoativas, como a nicotina, presente nos derivados do tabaco. No Brasil, o dia 29 de agosto, celebra o Dia Nacional de Combate ao Fumo e serve como alerta à população aos danos causados pelo uso do cigarro,
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no país são mais de 160 mil mortes anuais em decorrência do tabagismo. Doenças causadas pelo tabaco vão muito além das cardiovasculares e respiratórias, há uma relação de aproximadamente 50 enfermidades, incluindo danos graves ao sistema digestivo, que é um conjunto de órgãos responsáveis pela digestão dos alimentos e, consequentemente, a absorção dos nutrientes. Ele se estende desde a boca, onde se inicia a digestão mecânica, e vai até o ânus, onde os resíduos desses processos são eliminados.
“O tabagismo afeta de forma negativa o sistema digestivo, trazendo inflamações nos tecidos. Quando essas inflamações se cronificam, ou seja, ficam presentes por longas datas, as células afetadas podem sofrer variações, aumentando o risco de desenvolvimento de diversos tipos de cânceres”, afirma a médica cirurgiã especialista em Cirurgia Digestiva e Bariátrica, Thayla Amaral.
Entre os cânceres do aparelho digestivo, consequência do fumo de longa data, estão o de esôfago, estômago e de pâncreas, onde o indivíduo pode desenvolver disfagia (dificuldade para engolir), dor abdominal intensa, emagrecimento, inapetência, vômitos com sangue e obstrução, podendo levá-lo a óbito.
Além dessas doenças de maior gravidade, outros tipos de enfermidades também são comuns, como a saúde bucal, responsável pela primeira fase da digestão, inflamações de garganta, gastrite, úlceras gástricas, pancreatite e refluxo gastroesofágico, que consiste no retorno alimentar do conteúdo estomacal para o esôfago, causando azia, queimação, inflamações na garganta, erosões dentárias, pigarro, entre outros problemas.
Os cigarros eletrônicos também estão na lista de potenciais perigos à saúde. “Uma pesquisa publicada no periódico World Journal of Oncology, levantou dados sobre o histórico de câncer e de consumo do vape. Com o uso do cigarro eletrônico, o diagnóstico de câncer acontece em média aos 45 anos, contra 63 em fumantes tradicionais. Isso prova a agressividade que esse dispositivo traz para o corpo humano, além da precocidade do desenvolvimento dos sintomas”, finaliza a especialista.