Body positive: movimento fortalece a autoestima
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A construção da autoestima, sobretudo no universo feminino, é encarada como um grande desafio. Segundo uma pesquisa conduzida pelo Instituto Kantar, vinculado ao Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), constatou que 20% das mulheres enfrentam questões relacionadas à autoestima, contrastando com um percentual de apenas 3% entre os homens.
Esta disparidade evidente nos números sugere uma possível correlação com a influência midiática na definição de padrões de beleza feminina, os quais, frequentemente, exibem corpos magros, brancos e aparentemente perfeitos. Combatendo esse estereótipo, o movimento body positive emerge com a proposta de desconstruir essa lógica.
De acordo com a pesquisa “Beleza, Saúde e Bem-Estar“, da Opinion Box, 75% das entrevistadas reconhecem que a mídia contribui para a perpetuação de padrões estéticos irreais. A insatisfação com a imposição da “ditadura da beleza” impulsiona a crescente adesão a movimentos como o body positive, contando com figuras notáveis como a cantora Lizzo e a modelo Ashley Graham.
O impacto desse movimento estende-se às marcas de moda feminina, refletindo em mudanças significativas. Segundo a pesquisa, 66% das mulheres admitiram ter deixado de usar determinadas roupas devido à insatisfação com seus corpos.
No contexto do verão, os looks de moda praia, shorts e camisetas podem ampliar a exposição de certas partes do corpo, potencializando inseguranças. Nessa temporada, marcada pela busca pelo “projeto verão”, a valorização de um corpo idealizado muitas vezes resulta em práticas arriscadas, como dietas extremas e rotinas de exercícios intensos.
Uma alternativa é adotar uma abordagem mais positiva em relação à autoimagem, reconhecendo as qualidades individuais para romper com os estereótipos de beleza. O body positive enfatiza que não há problema em desejar transformações corporais, desde que o processo vise o bem-estar. Recomendações são buscar ambientes acolhedores e investir em roupas para academia que proporcionem conforto.
O que é body positive?
O movimento body positive não é uma novidade recente, tendo surgido nos anos 1960 como protesto contra a discriminação de pessoas obesas. Atualmente, ganha maior visibilidade nas redes sociais, onde ativistas utilizam esses espaços para fomentar discussões e incentivar a busca pela autoestima.
Apesar de suas raízes na luta contra a gordofobia, o body positive abraça todos que possuem características consideradas “fora do padrão”, incluindo cor de pele, deficiências, cicatrizes e rugas. O objetivo é cultivar uma perspectiva acolhedora em relação ao corpo, reconhecendo cada traço como único, enquanto se questiona os valores impostos pela sociedade e se clama por mais diversidade na mídia.
Pilares do body positive: como aderir ao movimento?
Os pilares do body positive enfatizam a aceitação do próprio corpo e a busca pelo desenvolvimento da autoestima. Mudanças de atitude em relação a si mesmo, autocuidado, evitar comparações, buscar terapia, praticar atividades físicas e filtrar conteúdos nas redes sociais são maneiras de contribuir com esse movimento.
Perigos da busca por um corpo idealizado
É crucial destacar os perigos associados à busca incessante por um corpo idealizado, revelados pelo predomínio do fator estético sobre as preocupações com a saúde. O risco do “efeito sanfona” é alertado pela endocrinologista Cynthia Melissa Valério, ressaltando que a perda de peso rápida não equivale a emagrecimento sustentável. A obsessão por esses ideais muitas vezes leva a práticas prejudiciais à saúde mental, como discutido no artigo “Os prejuízos por trás das dietas da moda”, publicado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
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