Busca pelo corpo perfeito no verão pode afetar a forma como a pessoa se enxerga
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A busca pelo corpo perfeito tem sido uma constante ao longo do tempo, mas é no verão que essa busca costuma se intensificar. É nessa época que vemos uma exuberância de corpos considerados ideais nas praias, aproveitando as férias e compartilhando suas fotos nas redes sociais. No entanto, a autocrítica excessiva em relação ao próprio corpo, longe de ser saudável, tem seus limites, e muitas pessoas podem ultrapassar essa barreira, especialmente durante a virada do ano.
Especialistas estimam que até 4 milhões de pessoas no Brasil possam lidar com o Transtorno Dismórfico Corporal, e mundialmente, essa porcentagem pode alcançar 2% da população. O cirurgião plástico Antonio Pitanguy esclarece o que acontece na prática com quem sofre dessa dismorfia. “Quem tem esse transtorno enxerga o corpo de uma forma extremamente crítica, há uma insatisfação mesmo sem razão aparente. Essa distorção de imagem, infelizmente, é comum na busca por um padrão”, explica.
O médico, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), alerta para os casos que podem surgir nesse período do ano. “Com a chegada do verão, a exposição das pessoas naturalmente tende a aumentar e, com isso, a insatisfação com o próprio corpo fica maior, mais evidente. É aqui que começa o sinal de atenção”, comenta ele.
Pitanguy, neto do renomado Ivo Pitanguy, destaca a importância de os médicos estarem atentos e orientarem seus pacientes. “Já tive caso de paciente que não operei porque encaminhei a um profissional que pudesse diagnosticar e orientar sobre o transtorno, o que é feito por um psicólogo. Não acreditei que ali eu poderia realizar o procedimento, pois o bem-estar da paciente não seria alcançado com a cirurgia, já que o transtorno também precisaria ser tratado para uma avaliação de autoimagem mais real e equilibrada”, relata.
Mais frequentemente do que nos homens, as mulheres são suscetíveis a essa distorção da imagem, podendo até começar na adolescência. O cirurgião plástico ressalta que o apoio psicológico é essencial antes de qualquer procedimento. “O bom profissional vai ouvir o paciente, avaliar junto sempre. Entender a razão do procedimento é uma questão de valor e ética profissional. Outro ponto importante que cabe eu como médico lembrar é que quem não procura ajuda diante do transtorno pode enfrentar outros graves problemas com o passar do tempo, como a anorexia”, conclui.
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