Como as redes sociais impactam a sua saúde mental?
Compartilhe este artigo
Pesquisa inédita realizada pelo Opinion Box e pelo Ter.a.pia mostra como a relação entre a internet, as redes sociais e a saúde mental das pessoas é complexa e multifacetada
O mês de janeiro é marcado pelas promessas feitas por homens e mulheres para o novo ano que se inicia, como emagrecer, poupar dinheiro, parar de fumar, fazer mais exercícios estão entre os principais. O quanto desses projetos é influenciado pelas vidas aparentemente perfeitas dos influenciadores que acompanhamos nas redes sociais?
Com a criação de expectativas projetadas a partir do que é consumido nas redes, surge uma preocupação: como a saúde da mente pode ser prejudicada quando esses projetos não são atingidos? Esse tema é ainda mais oportuno neste mês, o Janeiro Branco, cujo foco está na saúde mental.
De acordo com uma pesquisa inédita realizada pelo Opinion Box e pelo Ter.a.pia mostra como a relação entre a internet, as redes sociais e a saúde mental das pessoas é complexa e multifacetada. Dados mostram que das 2.119 pessoas entrevistadas, 94% responderam que usam redes sociais mesmo que às vezes. Destes, 67% seguem influenciadores digitais e, neste último grupo, 62% informaram que já mudaram a forma de encarar questões de saúde mental.
O estudo apresentou que o uso excessivo das redes sociais leva os usuários a uma constante comparação com os outros, o que resulta em sentimentos de inadequação, ansiedade e estresse. A médica Carol Sarmento, idealizadora do projeto Cuida, explica que, por ser um mecanismo fisiológico, é impossível viver sem o estresse. “Quando entendemos essa vida moderna sob constante pressão, tal qual uma panela de pressão, urge a necessidade de descomprimir. Se não diminuir a tensão interna, a gente explode, quebra, deixa de funcionar adequadamente”, explica a médica.
É muito comum acessar conteúdos nas redes sociais que fazem as mudanças de vida parecerem fáceis. No entanto, é preciso entender que as redes sociais são um simulacro da vida real e que, na verdade, o sucesso de qualquer projeto é muito mais lento e requer paciência. Além disso, o que funciona para alguém na rede social não necessariamente vai funcionar para outra pessoa.
“Mudar é um processo racional e intencional. Mudanças genuínas perpassam pela nossa disciplina, consciência, compromisso e responsabilidade, e todos esses elementos conversam entre si e com nosso sentido de vida”, explica Carol Sarmento.
Sendo assim, onde entra um relacionamento saudável com as redes sociais? A resposta não é tão simples, já que é necessário ter atitudes conscientes para melhorar o ambiente virtual. Por isso, filtre o conteúdo que você consome e evite seguir perfis que estão longe da sua realidade; a maioria das pessoas nas redes sociais mostra somente o lado positivo. A pesquisa do Opinion Box e do Ter.a.pia também constatou que 8 em cada 10 usuários de redes sociais deixam de seguir influencers que banalizam temas relacionados à saúde mental. Outra dica é limitar o tempo de tela e desativar as notificações, nem que seja por um tempo determinado.
Carol Sarmento lembra, ainda, que o mais importante nisso tudo é procurar ajuda profissional. “As redes sociais podem causar uma grande pressão em diversos aspectos da nossa vida pessoal ou profissional. Não hesite em buscar ajuda de profissionais como terapeutas ou psicólogos. Muitas vezes é difícil perceber que é preciso de uma ajuda profissional”, explica.
“Por fim, se quero ser o poder da mudança para mim para este novo ano, preciso olhar para dentro, mergulhar fundo, fuçar minhas questões pessoais, eleger onde empregar minha energia e, racionalmente, agir no sentido de confirmar escolhas que me dirijam para a mudança que desejo. Exemplifico: se quero uma vida mais saudável, na qual minhas aptidões físicas e psicológicas estejam melhores e enseje mais qualidade de vida, conscientemente escolho comer melhor e dormir melhor. Não dá para coerentemente querer o bem-estar preferindo o combo sofá + plataformas de streaming ao invés de sair para caminhar e se exercitar”, finaliza Carol Sarmento.