Especialista afirma que “Infertilidade é considerada uma doença”
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Segundo a ginecologista Dra. Carla Iaconelli, especialista no tratamento e medicina reprodutiva no Brasil problema atinge milhões de pessoas no mundo
Após um ano de tentativas sem sucesso, os casais que desejam ter filhos devem procurar ajuda especializada, pois podem ter problemas de infertilidade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 278 mil casais não conseguem ter filhos no Brasil, o que representa 15% do total da população brasileira. Dados recentes da OMS revelam que aproximadamente 17,5% da população adulta – 1 em cada 6 em todo o mundo – é infértil.
Para a ginecologista Dra. Carla Iaconelli, especialista no tratamento e medicina reprodutiva no Brasil, o tema aborda vários aspectos importantes sobre essa doença que atinge milhões de pessoas no mundo todo.
“Trata-se sim de uma doença diagnosticada e que pode ter como causa fatores relacionados ao aparelho reprodutor feminino, masculino ou ambos. É importante ressaltar que as pessoas em geral, tanto os homens quanto as mulheres, estão tendo filhos mais tarde, além disso, dobrou o número de mulheres na primeira gestação após os 40 anos”, explica a médica.
Os estudos divulgados indicam que se trata de um problema de saúde pública, em todas as partes do mundo, sem discriminação de classes. Por isso, há necessidade de ampliar o acesso aos tratamentos de alta qualidade às pessoas sem condições.
Segundo a especialista em reprodução humana, a medicina reprodutiva oferece distintos tratamentos eficazes, entre eles, desde baixa complexidade como o coito programado até os tratamentos de alta tecnologia como a FIV- Fertilização In Vitro.
Além de maus hábitos como o tabagismo e alimentação inadequada, alguns problemas podem afetar diretamente a fertilidade feminina como endometriose, obstrução das trompas de falópio, alterações anatômicas como malformações uterinas, miomas e outros tumores. Pacientes oncológicas, que não forem avisadas antes dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia, provavelmente e infelizmente terão problemas de falência uterina, entre outras complicações.
“Por isso, a informação para a sociedade é tão importante. Do direito da mulher saber que pode ter a oportunidade de congelar seus óvulos, seja para tentar adiar a maternidade por motivos diversos (estudo, trabalho, busca de um companheiro, menopausa precoce e ou uma enfermidade)”, ressalta Dr. Carla.
Já a infertilidade masculina se deve, por exemplo, a alterações hormonais, metabólicas e nutricionais, problemas com a produção de sêmen, causados pelo consumo de drogas e fumo, peso, causas genéticas. A varicocele é uma das principais causas.
“A medicina reprodutiva está muito avançada. Mulheres que não tem mais reserva ovariana podem optar pela doação de óvulos, embriões e realização de diagnóstico genético antes de transferir o embrião para o interior do útero. Porém a criopreservação de óvulos, para a liberdade reprodutiva é fundamental.