‘AVC’: Identificar sinais pode salvar vidas
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O acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como derrame cerebral é uma condição clínica que pode ser grave, e que ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma parte do cérebro é interrompido ou reduzido ou ocorre o derrame de sangue dentro do cérebro, resultando na morte das células cerebrais.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade, afetando milhões de pessoas no mundo. No Brasil, a incidência do AVC é alarmante: são registrados cerca de 400 mil novos casos por ano, e o AVC é responsável por aproximadamente 100 mil mortes a cada ano. A estimativa é de que 1 em cada 4 adultos terá um AVC ao longo da vida.
Reconhecer os sinais iniciais precoces de um AVC é fundamental para salvar vidas. Os sintomas mais comuns incluem fraqueza ou dormência súbita em um lado do corpo, dificuldade para falar ou entender, perda de visão em um ou ambos os olhos e desequilíbrio ou tontura inesperados. Diante de qualquer um desses sinais, é crucial agir rapidamente e procurar atendimento médico imediato.
A prevenção do AVC passa pela adoção de hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas, uma alimentação balanceada, o controle da pressão arterial e do colesterol, além de evitar o totalmente o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
Monitorar condições pré-existentes, como diabetes e hipertensão, distúrbios do metabolismo, é igualmente fundamental. No Dia Mundial de Combate ao AVC, é essencial reforçar a conscientização da população sobre a prevenção e o reconhecimento precoce dos sinais de alerta. Com informações adequadas e acesso ao tratamento rápido, podemos reduzir o impacto devastador do AVC na vida de milhares de pessoas.
Existem dois tipos principais de AVC:
AVC Isquêmico: Ocorre quando um vaso sanguíneo que irriga o cérebro é bloqueado, obstruído, por um coágulo. Isso pode ser resultado de aterosclerose (acúmulo de placas nas artérias) ou embolia (um coágulo que se forma em outra parte do corpo e vai para o cérebro). Existem 2 tipos de ACV isquêmico:
– trombótico (coágulo se forma no local);
– embólico (coágulo vem de outra parte do corpo).
AVC Hemorrágico:
– Resulta do rompimento de um vaso sanguíneo, artéria ou veia, no cérebro, levando a sangramentos que comprimem o tecido cerebral. Isso pode ser causado por hipertensão, aneurismas ou malformações vasculares, ruptura de uma artéria por causa de doença aterosclerótica e aumento expressivo na pressão arterial.
O AVC isquêmico corresponde a cerca de 85% dos casos. Enquanto o AVC hemorrágico é responsável por cerca de 15% dos casos. Ambas as formas podem levar à morte ou incapacidades graves se não forem tratadas rapidamente.
Já no AVC hemorrágico, o controle da pressão arterial e a reversão de medicamentos anticoagulantes (quando presente), são medidas iniciais, além do monitoramento rigoroso da condição do paciente. Em alguns casos, o tratamento cirúrgico é necessário, principalmente no AVC hemorrágico ou em situações de complicações decorrentes de um AVC isquêmico. O tempo é o fator mais crítico no tratamento do AVC. Quanto mais rápido o tratamento for iniciado, maior a chance de recuperação e menor o risco de sequelas permanentes.
Após o AVC, geralmente os pacientes necessitam passar por um processo de reabilitação para recuperar habilidades motoras, fala e atividades diárias. A reabilitação pode incluir fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, devendo ser coordenado por um médico focado em reabilitação.
Tratamento: O tratamento do AVC varia de acordo com o tipo e a gravidade. No caso do AVC isquêmico, o tratamento de primeira linha é a administração de medicamentos trombolíticos, que dissolvem o coágulo responsável pela interrupção do fluxo sanguíneo. A trombectomia mecânica, que consiste da intervenção na qual um cateter é usado para remover o coágulo diretamente, também pode ser realizada, especialmente nos casos em que o agente trombolítico não é eficaz ou possível.
Sobre a Dr. Kleber Duarte:
O Dr. Kleber Duarte é médico neurocirurgião com quase 30 anos de experiência na área de neurocirurgia funcional e dor. Atualmente é coordenador do Serviço de Neurocirurgia para Saúde Suplementar e Neurocirurgia em Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Tem amplo conhecimento e alta qualificação em técnicas cirúrgicas e de estereotaxia para tratamento de doenças que comprometem o sistema motor e em dores crônicas.